Natural de Feira de Santana e infância em Vitória da Conquista, Luiz Caldas começou cedo na música. Aos sete anos fez a primeira incursão em banda mirim e não parou mais. Estreou em show imitando Michael Jackson, então integrante do grupo Jackson Five, e após a apresentação teve a certeza que seria artista da música, como de fato veio a ser.
Na adolescência, como um andarilho em busca de realizações, integrou dezenas de bandas de bailes que atuavam no interior baiano. Foi a fase marcada por experimentalismo, amadurecimento como multi-instrumentista e construção de uma base musical das mais sólidas e que culminou com a criação da Axé Music, em 1985.
Jovem e talentoso, notabilizando-se como multiinstrumentista versátil, foi convidado para tocar no Trio Elétrico Tapajós, de Orlando Campos, estreando oficialmente num disco do Tapajós com a canção Oxumalá, grava em 1979 e lançada no ano seguinte. A canção já trazia no arranjo os genes sonoros da Axé Music.
Ainda no Tapajós, criou a banda Acordes Verdes, pois sentia a necessidade de fazer um som diferente e investir ainda mais na carreira solo. Rapidamente ganhou espaço no cenário musical de Salvador, atuando no estúdio de Wesley Rangel (WR), se apresentando no Circo Troca de Segredos e tocando em agremiações de Carnaval, como o Bloco Beijo.
Com o disco Magia, lançado em 1985, mostrou para o Brasil a força de sua música, batizada então de Axé Music. Fricote, também conhecida por Nega do Cabelo Duro, parceria com Paulinho de Camafeu, estourou nas rádios brasileiras. Criador dessa sonoridade híbrida maturada nas bandas de baile, Luiz Caldas abriu as portas para os novos artistas baianos que queriam fazer a mesma sonoridade. Os muitos seguidores ganharam voos próprios e estão aí fazendo sucesso.
Passou pelo bloco Camaleão, se tornou figura carimbada no programa Cassino do Chacrinha, virou capa da Revista
Veja (1987), emplacou a canção Tieta, na novela homônima da Rede Globo, e registrou recorde sobre recorde em vendagens de discos nos anos de 1980, numa época sem internet para alavancar a imagem.
Com tanta explosão de criatividade, fez com o parceiro César Rasec o CD Melosofia, em homenagem a 10 filósofos, e recentemente, assinando todas as canções, lançou 130 músicas inéditas e em vários estilos, transitando com desenvoltura pelo mundo do rock, forró, MPB, instrumental de violão, samba, superpopular, trio elétrico tradicional, axé e em língua tupi. Nesta época, conheceu o amigo André Abujamra, ficando parceiro em vários projetos musicais.